Entenda o conceito, diferença em relação à igualdade, sua importância no mercado de trabalho e na sociedade
Em um mundo repleto de desigualdades históricas, sociais e econômicas, falar sobre equidade se tornou urgente. Embora muitos confundam os conceitos de equidade e igualdade, compreender suas diferenças é essencial para criar ambientes verdadeiramente inclusivos, tanto na sociedade quanto nas empresas. Se você já se perguntou o que é equidade, este texto vai esclarecer essa dúvida e mostrar como esse princípio é um dos pilares de um futuro mais justo e humano.
Atualmente, o Brasil ocupa a 9ª posição entre os países mais desiguais do mundo, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). De acordo com o IBGE, os 10% mais ricos da população concentram 41,5% da renda total do país, enquanto os 40% mais pobres detêm apenas 10,3%. Essas disparidades mostram que tratar todos com igualdade — oferecendo as mesmas condições para realidades tão distintas — não é suficiente.
Além disso, um estudo da McKinsey identificou que organizações com maior diversidade étnica e de gênero em suas lideranças apresentam até 25% mais chances de obter lucratividade acima da média, destacando o papel estratégico da equidade nas empresas. No entanto, apesar dos benefícios comprovados, ainda há um longo caminho a ser percorrido: uma pesquisa da Blend Edu revelou que menos de 40% das empresas brasileiras possuem um plano estruturado de diversidade, equidade e inclusão.
Neste blog, você vai entender o conceito de equidade, diferenciá-lo de igualdade e inclusão, descobrir sua relevância no mercado de trabalho e na construção de uma sociedade mais justa, e aprender como colocá-lo em prática por meio de um plano de ação eficaz e transformador.
Equidade é sobre oferecer oportunidades justas com base nas diferentes realidades de cada pessoa
Quando falamos sobre o que é equidade, estamos nos referindo ao princípio que considera que as pessoas partem de lugares diferentes e, por isso, precisam de recursos diferentes para alcançar as mesmas oportunidades. Equidade é, portanto, a justiça aplicada com empatia: trata-se de entender que nem todos têm as mesmas condições sociais, econômicas, físicas ou psicológicas, e que as soluções precisam levar isso em conta.
Um exemplo clássico para ilustrar o conceito é o de três pessoas tentando enxergar um jogo de futebol por cima de um muro. Na igualdade, todas recebem caixas do mesmo tamanho. Na equidade, cada uma recebe uma caixa proporcional à sua altura, para que todas consigam enxergar o jogo.
Aplicar a equidade é garantir que cada pessoa receba o que precisa para atingir seu pleno potencial. Trata-se de reconhecer desigualdades e trabalhar ativamente para reduzi-las com medidas específicas e direcionadas.
A diferença entre equidade, igualdade e inclusão e por que confundi-las pode impedir o progresso
Igualdade, equidade e inclusão são conceitos complementares, mas que não significam a mesma coisa. A igualdade parte da ideia de oferecer as mesmas coisas para todos, ignorando que as pessoas têm necessidades diferentes. Já a equidade leva em conta essas diferenças e oferece ferramentas adaptadas para garantir que todos alcancem os mesmos objetivos. Por fim, a inclusão é o processo de integrar todas as pessoas, especialmente aquelas que foram historicamente excluídas, nos mais diversos contextos.
Na prática, uma empresa pode ser igualitária ao oferecer o mesmo treinamento para todos os seus colaboradores. No entanto, ela será equitativa quando adaptar esse treinamento com recursos acessíveis para colaboradores com deficiência visual, auditiva ou intelectual, por exemplo. E será inclusiva quando garantir que essas pessoas estejam plenamente engajadas e representadas no ambiente de trabalho.
Compreender essas diferenças permite desenhar estratégias mais eficazes para a promoção da diversidade e da justiça nas organizações e na sociedade.
O caminho para lideranças diversas, ambientes inovadores e menos desigualdades
A aplicação do princípio de equidade dentro das empresas é fundamental para eliminar barreiras que impedem o crescimento profissional de grupos minorizados. Segundo um estudo da McKinsey, empresas com diversidade étnica e de gênero em suas lideranças têm 25% mais chance de ter desempenho acima da média. A equidade, nesse contexto, é o que possibilita que essa diversidade aconteça de forma estruturada.
Ainda assim, dados da pesquisa “Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações”, realizada pela Blend Edu, mostram que apenas 39% das empresas têm um plano estruturado de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão). Ou seja, muitas ainda confundem boas intenções com estratégia de verdade.
Quando aplicada corretamente, a equidade transforma a forma como o RH recruta, desenvolve e retém talentos. Significa, por exemplo, oferecer mentorias para mulheres negras, criar vagas afirmativas para pessoas trans, adaptar processos seletivos para pessoas com deficiência, entre outras ações que reconhecem barreiras históricas e as enfrentam com soluções reais.
A base para uma sociedade mais justa, com menos desigualdades e mais oportunidades para todos
No campo social, a equidade é uma ferramenta fundamental para enfrentar desigualdades estruturais como pobreza, racismo, capacitismo e desigualdade de gênero. De acordo com o IBGE, o rendimento médio de pessoas pretas e pardas no Brasil é 73,4% inferior ao de pessoas brancas. Sem uma abordagem equitativa, essa disparidade tende a se manter por gerações.
A equidade também está no centro das discussões sobre acesso à educação, à saúde, à justiça e à moradia. Políticas públicas que implementam a equidade de forma efetiva conseguem promover o progresso coletivo e o fortalecimento da democracia.
Assim, avançar como sociedade exige a adoção de princípios equitativos nas decisões governamentais, no terceiro setor, nas escolas, universidades e também dentro das empresas.
Como aplicar a equidade na prática: plano de ação para empresas que desejam transformar sua cultura
Promover a equidade no ambiente corporativo exige mais do que discursos inspiradores. É preciso um plano de ação bem estruturado, com metas claras e mensuráveis. O primeiro passo é realizar um diagnóstico profundo das desigualdades internas, como diferenças salariais, acesso a promoções e representatividade em cargos de liderança.
Em seguida, é fundamental revisar as políticas de RH e de gestão para identificar e corrigir práticas excludentes. Isso inclui desde descrições de vagas até critérios de avaliação de desempenho. Investir em letramento em diversidade e equidade para líderes também é essencial.
Outro ponto crucial é a criação de programas afirmativos, que impulsionem talentos diversos e ofereçam caminhos reais de crescimento. Por fim, é preciso monitorar e mensurar o avanço por meio de indicadores como rotatividade, engajamento, satisfação e diversidade por nível hierárquico.
Para profissionais com deficiência, a equidade é o que transforma presença em protagonismo
No caso de pessoas com deficiência, a equidade é o ponto de partida para romper com o capacitismo. Isso porque a igualdade, por si só, não é capaz de garantir acesso real. É a equidade que assegura adaptações razoáveis, acessibilidade plena e uma cultura organizacional que reconhece e respeita as diferentes formas de ser, produzir e se comunicar.
Dados do IBGE mostram que menos de 1% das pessoas com deficiência estão em cargos de liderança no Brasil. Isso revela que, apesar da existência da Lei de Cotas, a presença não está se convertendo em protagonismo. A razão? Falta de uma abordagem equitativa.
Práticas como oferecer softwares leitores de tela, intérpretes de Libras, flexibilização de jornadas e acompanhamento individualizado são exemplos de medidas equitativas que garantem que esses profissionais não apenas entrem nas organizações, mas cresçam e liderem com autonomia e reconhecimento.
Como a Talento Incluir ajuda empresas a transformar discurso em equidade real
Com mais de 17 anos de experiência, a Talento Incluir é referência na construção de culturas corporativas mais diversas, inclusivas e equitativas. Atuamos desde o diagnóstico até a implementação de soluções de letramento, recrutamento, desenvolvimento e acessibilidade para profissionais com deficiência.
Acreditamos que a equidade não é um diferencial, mas uma necessidade para empresas que querem inovar, crescer e gerar impacto positivo na sociedade. Por isso, desenvolvemos projetos personalizados, com base na realidade de cada organização, sempre com escuta ativa e orientação técnica especializada.
Empresas como Itaú, Amazon, Mercado Livre, Ford e Globo já confiaram em nossas soluções. Agora, sua empresa também pode dar o próximo passo.
A equidade é o futuro. E ele começa agora, com a sua empresa
Promover a equidade é mais do que uma escolha estratégica. É um compromisso com um futuro mais justo, acessível e humano. Empresas que reconhecem isso saem na frente em inovação, reputação e retenção de talentos.
Se a sua organização está pronta para dar o próximo passo rumo à equidade real, a Talento Incluir está aqui para caminhar ao seu lado. Juntas, podemos transformar o mercado de trabalho e impactar positivamente toda a sociedade.
